Dimas Covas, do Butantan, ‘destrona’ Pazuello e diz que Brasil poderia ter sido 1º país a vacinar no mundo

O diretor do Batantan, Dimas Covas, revelou que o país poderia ter sido protagonista na vacinação contra Covid-19, sendo o primeiro a vacinar no mundo, caso governo do presidente Jair Bolsonaro tivesse acolhido a oferta do Instituto ainda no final do primeiro semestre de 2020. Dimas Covas diz que ofereceu até 100 milhões de doses ao governo, com parte da entrega até dezembro, mas que não obteve resposta positiva do Ministério

Aos senadores, Covas afirmou que o Butantan ofertou, em julho do ano passado, 60 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, e essas unidades poderiam ser entregues no último trimestre de 2020. Segundo Covas, não houve avanço nas negociações.

“Fiz um outro ofício no dia 7 de outubro, reafirmando os ofícios anteriores, e oferecendo 100 milhões de doses. Desses 100 milhões, 45 milhões seriam produzidas até dezembro de 2020, 15 milhões no fim de fevereiro e 40 milhões até maio”, explicou.

Apesar da primeira oferta ter sido enviada ainda em julho, somente em outubro as negociações com o governo federal avançaram. O acordo, no entanto, foi suspenso após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 21 de outubro, ter declarado que o Brasil não compraria a vacina chinesa.

“No dia 20 de outubro, fui convidado pelo então ministro da Saúde [Eduardo Pazuello] para uma cerimônia no Ministério da Saúde, na qual a vacina seria anunciada como a ‘vacina do Brasil’. A partir desse ponto, é notório que houve uma inflexão – e eu digo isso porque, no final da reunião, no outro dia de manhã, em que haveria conversações, infelizmente, as negociações não prosseguiram, porque houve uma manifestação do presidente da República dizendo que a vacina não seria, de fato, incorporada”, explicou.

Compartilhe: