Mandetta sugere que Carluxo comandava ‘comitê paralelo’ da Covid e detona Bolsonaro: “410 mil vidas me separam dele”

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou, nesta terça-feira (4), que “410 mil vidas o separam do presidente” Jair Bolsonaro (sem partido) até agora. Mandetta afirmou que sempre se baseou na preservação da vida e na ciência para tomar decisões. Ele alegou ainda que sempre defendeu a imunização da população e que “houve discordância” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a política de isolamento social para conter o vírus, inclusive revelou uma espécie de ‘comitê paralelo’ liderado por Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro.

Luiz Henrique Mandetta revelou que, enquanto esteve no comando da pasta, testemunhou reuniões de ministros nas quais Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) fazia notas sobre os encontros. “Eles tinham constantemente reuniões com grupos dentro da Presidência. Tinham um assessoramento paralelo”, apontou.

Segundo Mandetta, Bolsonaro sabia das projeções sobre 180 mil mortos pela Covid-19 no fim do ano. “Alertei sistematicamente, mostrei as projeções”, pontuou.

Carta a Bolsonaro

O ex-ministro revelou que entregou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em março de 2020, quando ainda era ministro, sobre os riscos da pandemia da Covid-19.

Mandetta afirmou que entregou a carta em uma reunião no Palácio do Alvorada com a presença de outros ministros, alertando sobre a gravidade da situação. “Entreguei nas mãos dele essa carta, dando a ele todo o alerta”, disse ele durante depoimento à CPI da Covid-19.

“Em que pese todo o esforço empreendido por esta pasta para proteção da saúde da população e, via de consequência, preservação de vidas no contexto da resposta à pandemia do Covid-19, as orientações e recomendações não receberam apoio deste governo federal, embora tenha sido embasadas por especialistas e autoridades em saúde, nacionais e internacionais, quais sejam isolamento social e a necessidade de reconhecimento da transmissão comunitária”, diz trecho da carta.

Leia a carta clicando aqui.

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