COB quebra a cabeça para levar atletas para a Europa e admite não ter plano B

Paulo Wanderley, presidente do COB — Foto: Carol Oliveira
Paulo Wanderley, presidente do COB — Foto: Carol Oliveira

O dia 23 de junho é considerado o Dia Olímpico, em homenagem à criação do Comitê Olímpico Internacional (COI), realizada em 1894. O aniversário de 126 anos do “Movimento Olímpico” está bem diferente, em um momento em que os Jogos foram adiados para 2021 e nem os próprios organizadores conseguem dar certeza de sua realização. Mas os atletas precisam treinar, a maioria das principais estrelas internacionais já retornaram às pistas, piscinas e quadras, porém o Brasil vive uma situação ainda muito delicada na pandemia.

Com os principais centros de treinamento do país fechados, a solução encontrada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi levar os principais nomes do Brasil para treinar no exterior a partir de julho. O projeto engloba mais de 200 nomes de 15 modalidades diferentes, em um custo de até R$ 18 milhões, mas com uma grande dificuldade:conseguir a liberação para a entrada dos atletas e técnicos na Europa.Por conta disto ainda as passagens ainda não foram compradas:

– O COB acompanha diariamente as regras para entrada de brasileiros na Europa. Ao mesmo tempo, o entidade trabalha junto às companhias aéreas para garantir a reserva de assentos para a delegação, mesmo com a diminuição da oferta de passagens devido à pandemia. Nenhuma compra foi concluída até o momento, o que só será feito com a garantia da permissão de entrada de cidadãos brasileiros em Portugal – escreveu, em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

– O COB trabalha para realizar a Missão Europa com a janela de execução de julho a dezembro. Neste período, o COB entende que será possível o envio de atletas brasileiros para treinamento no continente europeu – disse o COB, em nota, respondendo a pergunta sobre se existe um plano B.

Logística dos testes

O principal local para os brasileiros usarem de base será em Portugal, no Centro de Treinamento de Rio Maior, a 75km de Lisboa. Junto com as autoridades portuguesas, o COB estabeleceu um protocolo rígido de controle para identificar e também para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus.

Centro de Treinamento de Rio Maior — Foto: Divulgação

Centro de Treinamento de Rio Maior — Foto: Divulgação

– Nosso principal objetivo é oferecer as melhores condições de treino aos nossos atletas, respeitando todas as orientações e protocolos de segurança locais. Estamos atualizando o planejamento dia a dia, à medida que novas informações são divulgadas – diz o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara.

Os integrantes serão testados até 72h antes do embarque, só podendo viajar caso apresentem resultado negativo para o PCR. Ao chegarem a Portugal, os membros da equipe seguirão direto para o Centro de Treinamento, onde serão novamente testados e ficarão em isolamento por 48h, até sair o resultado da sorologia.

Teve gente que não quis

Alguns atletas optaram por não aceitar o convite para viajar com o Comitê Olímpico para a Europa nos próximos meses, como foram os casos de David Moura, judoca vice-campeão mundial em 2017 e que briga por uma vaga olímpica na categoria pesado, e das velejadoras Ana Luiza Barbachan e Fernanda Oliveira, que ficaram em oitavo nas Olimpíadas do Rio na classe 470 e são vistas como chance de medalha para Tóquio 2020.

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