STF retira sigilo do vídeo de reunião que Moro diz ser prova da interferência de Bolsonaro na PF

Ministro da Segunda Turma do STF Celso de Mello durante julgamento de ação penal proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou, no final da tarde desta sexta-feira (22), o vídeo da reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto há exatamente um mês, no dia 22 de abril. A divulgação do vídeo foi solicitada pelo ex-ministro Sérgio Moro, como forma de provar a acusação feita por ele mesmo de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

A decisão de tornar o vídeo público foi tomada após Advocacia-Geral da União (AGU), Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ex-ministro da Justiça se manifestarem sobre a divulgação do vídeo.

O vídeo estava sob sigilo no inquérito. No dia 12 de maio, a íntegra do vídeo foi exibida em uma sessão reservada a investigadores e procuradores da República, ao advogado-geral da União, José Levi, e ao próprio Sergio Moro.

Na reunião, o presidente teria exigido a troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro, a fim de evitar investigação sobre familiares dele. Fontes que acompanharam a exibição na terça-feira informaram que a gravação mostra Bolsonaro usando palavrões e fazendo ameaças de demissão em defesa da troca no comando da PF no Rio de Janeiro.

A AGU pediu ao Supremo a divulgação apenas das partes do vídeo que contenham falas de Bolsonaro e que interessem às investigações. Na manifestação, o governo incluiu a transcrição de alguns trechos de falas do presidente da República proferidas na reunião

Assista aqui.

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